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Um chamado à esquerda: unidade para construir uma saída dos trabalhadores


8 de fevereiro de 2009

POR UM ENCONTRO NACIONAL ANTI-PATRONAL E ANTI-GOVERNISTA PARA ORGANIZAR A RESISTÊNCIA E APRESENTAR UMA SAÍDA DOS TRABALHADORES!
 

Para se colocar à altura dos acontecimentos, os pólos de aglutinação da esquerda combativa – como a CONLUTAS e a INTERSINDICAL, que não capitularam aos empresários e governos – devem somar força e fazer um amplo chamado a um Encontro Nacional dos Trabalhadores, anti-governista e de luta em defesa do emprego, do salário e da moradia, contra as investidas empresariais e governamentais. Esse Encontro pode se constituir um grande fato político para a classe trabalhadora e se tornar uma referência centralizada para as lutas deste próximo período.

Propomos que esse Encontro seja precedido de Encontros Regionais, como forma de preparação e aglutinação para dar respostas aos problemas locais.

Não podemos nos esquecer que a realização do Encontro de março de 2007 – que aprovou um calendário de luta, com a participação unitária da esquerda em vários momentos daquele ano –, foi fundamental para que as demais centrais se sentissem pressionadas e exigissem do governo Lula o adiamento da Reforma da Previdência, tal como estava prevista.
No entanto, e já naquele momento, foi somente a partir de uma grande pressão dos trabalhadores e ativistas de base que as direções da CONLUTAS e da INTERSINDICAL concordaram em convocar esse Encontro Nacional, que se demonstrou vitorioso.

Hoje, estamos numa situação em que se faz mais necessária ainda a unidade dos trabalhadores para enfrentar os ataques que os governos e a patronal estão deferindo sobre nós. É urgente a construção de um pólo unitário de referência para os trabalhadores – não apenas nas lutas imediatas, mas também para discutir e aprovar um Programa Mínimo contra a crise –,  que represente uma saída dos trabalhadores contra os recursos tramados pela patronal, juntamente às centrais pelegas.

Nesse sentido, o Seminário de meio período realizado em Belém por ocasião do Fórum Social Mundial, e que contou com a participação de 800 pessoas, é um passo adiante na retomada da unidade.

Porém, esse Seminário não substitui a necessidade de um Encontro Nacional muito mais amplo, pois diante do agravamento da crise e dos ataques contra os trabalhadores é preciso organizar algo muito maior e construído pela base.

Esse Encontro deve ser realizado em São Paulo ou outro estado do sudeste – principal foco das demissões e pólo de concentração da classe trabalhadora –, e assim reunir um conjunto mais abrangente e representativo de entidades e ativistas que não puderam estar em Belém.
Somente um Encontro preparado a partir da base pode expressar a diversidade dos movimentos e entidades existentes, bem como o envolvimento real nas discussões e decisões, coisa que muitas vezes não acontece na esquerda e que é extremamente importante no momento atual.
Há uma necessidade de os trabalhadores e ativistas serem sujeitos decisivos de suas lutas, e não apenas cumpridores de decisões vindas de cima. Até porque, na maioria das vezes, essas decisões não refletem as necessidades reais do proletariado.

A realização de um Encontro Nacional não se opõe à organização imediata de um Dia Nacional de Luta. Pelo contrário: é possível encaminhar as lutas e simultaneamente preparar os Encontros Regionais e Nacional.

Da mesma forma, um Encontro Nacional não se opõe aos passos necessários para a unificação, já amplamente defendida nestas páginas, entre CONLUTAS e INTERSINDICAL. No entanto, dadas as divergências entre as duas entidades e os debates de concepção colocados, a unificação será necessariamente mais demorada, enquanto a luta contra os ataques do capital é de máxima urgência e deve ser travada agora e com a participação de todos. Além disso, há setores de base de outras centrais que podem estar insatisfeitos e queiram se somar nesse processo de luta.

Assim, por todos os ângulos com que se reflita, a realização de um Encontro Nacional aparece como necessidade prática impostergável da luta dos trabalhadores.
Curiosamente porém, até agora nem a direção da CONLUTAS – formada majoritariamente pelo PSTU – nem a da INTERSINDICAL – hegemonizada por correntes do PSOL – apresentaram essa proposta. Isso é estranho, uma vez que todos afirmam defender a unidade e a democracia de base. Este é um grave erro das grandes correntes e devemos lutar de todas as formas para que seja revertido.

Para tanto, o Espaço Socialista chama todos os ativistas, tanto organizados como independentes, a se somarem a nós no esforço  pela realização desse Encontro Nacional, precedido de Encontros Regionais.

No ABC, local duramente castigado pelas demissões e onde o Espaço Socialista tem maior inserção, já estão sendo dados os passos para a realização de um Encontro Regional  de lutadores, a partir do envolvimento da subsede da APEOESP – Santo André e outras entidades e correntes da região.